Um Tempo Cruzado
A anatomia de um compasso, espera-se divinamente. Uma promessa suspensa, um caminhar ausente, uma tontura, puro desmaio ensaiado. Aquele personagem recriado, sustém enfim uma história plena e surpreendente. O tempo que passou foi intenso. Cruzaram-se vidas, saberes, conhecimento, história, glória. A azáfama crescente, na praça da pequena vila esquecida e imaculadamente branca, deixa adivinhar uma qualquer aventura espantosa envolvendo a personagem recriada, o tempo e o cruzamento de espaços majestosos. A paisagem engrandece um quadro pintado, conjugando uma amálgama de cores e dinamismo versátil. As pessoas aguardam a intervenção da personagem. Estranhos dizeres ditam um cenário e um texto não consensual e muito menos harmonioso ou aceite. A praça enche-se. Os portais cruzam-se. O tempo abre e estende os tentáculos extensos, numa tentativa de abraço envolvente premeditado. Bem ao centro, a personagem recriada, construída a partir de muitas histórias com história, tempos e espaços bem diferenciados e divergentes, assimila esta panóplia de confusas nostalgias e memórias. Um tempo cruzado, por fim, numa única pessoa, numa pequena vila, numa praça agora esquecida.