Tristeza e/ou Quem Sabe, Talvez, Depressão – O Percurso da Mente
Tristeza
Nome Feminino.
Estado de quem sente insatisfação, mal-estar ou abatimento, por vezes, sem razão aparente; melancolia, angústia; inquietação.
Causa que provoca abatimento, estado depressivo ou nostalgia; pena; mágoa; aflição, consternação; saudade.
Depressão
Nome Feminino.
Estado mental caracterizado pela persistência de sintomas como apatia, desânimo, melancolia, cansaço e ansiedade.
Sentido Figurado – abatimento físico, intelectual ou moral; enfraquecimento.
A mente humana continua a ser um mistério cuja exploração prevalece incessante e por determinar. Ao longo de uma vida, não conseguimos descortinar os seus labirintos elaborados, mecanizados ou espontâneos, e o estudo numa espécie é um desafio obscuro, prolongado, interminável, repleto de incógnitas e becos sem saída. Quem se dá verdadeiramente a conhecer? Será que cada indivíduo se auto-analisa correcta e convenientemente? Porque se torna cada ser tão único e especial? A observação e a metodologia da experimentação científica traduzem a realidade observada? Ou que se deixa observar? A dificuldade está em aceitarmo-nos como sendo, mentalmente, bem diferentes uns dos outros, porque o esqueleto de base acaba por ser o mesmo, os órgãos serão os mesmos (a disposição, o tamanho, eventualmente, sofrerão moderadas variações), o funcionamento será expectavelmente estereotipado e comum. O limite estabelece-se no social e nas suas regras deterministas. A liberdade de valores acaba por ser questionável. A regra de ouro é a da pertença ao grupo. Ser discreto, não dar nas vistas, cumprir as rotinas, não quebrar padrões, ser aceite. A diferença não é propriamente um condimento social aprazível e conciliador. Pensamentos, ideias, projectos, sonhos só funcionam enquanto o social controlar o damage report e os danos colaterais. Assim, o extravasar da mente é condicionado e controlado. Nos casos extremos de descontrole, criam-se versões acondicionadas de reptos emocionais projectados em estados como a Tristeza e mais profusamente o descambar para estados de Depressão. Este último estado, bem mais repressivo e maníaco do que o primeiro é alimentado tempestiva e incessantemente, aproveitando as fragilidades emocionais prostradas e em observação, esquecendo o social de individualizar, contextualizar e enquadrar a história, o acontecimento, o comportamento vivenciado. Castramos as emoções, os sentimentos, as perdas, o negativo, o diferente. E somos conservadores nos nossos discursos, apesar de aos sete ventos apregoarmos empreendedorismo, inovação, criatividade, diferenciação, progresso e estímulo mental. Então, Tristeza é o mesmo que Depressão? Confundem-se? Complementam-se? São consequência? São sequência? São aceites? Sabemos lidar com ambas? Sabemos fazer coaching e mentoring emocional? Podemos e devemos fazê-lo? Standardizamos os estados e os espíritos? Observamos à distância? Queremos e sabemos intervir? Esperamos resultados? Queremos realmente mudar alguma coisa?