Se Eu Fosse Eu (Histórias de Uma Vida Banal) - "Se Eu Não Fosse" (Parte II)
Mais um entre tantos que tenta, desesperadamente, endireitar o que não tem direito ou avesso (que para o caso não interessa materializar) e afogar os tons quentes de amarelo torneado de prataria pirosa e desgastada que lhe pespegaram na imensidão do deserto da sua nobre e caridosa alma penante. Se eu não fosse, gritaria aos sete ventos que os povos estão rubros de escarlate e verdes de inveja corrosiva, cristalizando-se quase de imediato se o Pai de Todos fugir dos seus filamentos neurais mais uma e última derradeira vez. Mas, tudo e todos continuam os seus caminhos. Cada qual com mil e uma encruzilhadas perigosas, mas estimulantes, cada qual com a sua cruz, cada qual com a sua história, cada qual com o seu hino interior, cada qual com a sua pena terrena, cada qual com a sua esperança inabalável, feita de pozinhos mágicos de tentação imortal que leva à glorificação suprema da alma, do espírito, do corpo e, por fim, da própria carne. Pó ao pó. Cinzas às cinzas. Enterremos na ventania do inferno terreno a maravilha e o milagre nascido, crescido, aprendido e morrido que cada qual, tão diferentemente expressou e sublevou, quando deixado pelo Pai de Todos e pelos socializadores anti-sociais e inemocionais, carimbado nas memórias vividas de quem verdadeiramente amou e deixou ser amado. Quem sentiu, viveu. Quem sangrou, partiu. Quem pariu, gritou. Quem sonhou, morreu.