Se Eu Fosse Eu (Histórias de Uma Vida Banal) - "O Outro Eu" (Parte II)
E outra e outra e outra vez! E chorou e riu e cantou e dançou e quis morrer, ainda outra vez! Longe, bem longe de tudo e de todos! No deserto da sua alma, na praia do seu corpo, no jardim do seu coração! No seu outro eu! Aquele que a deixou ser feliz, ainda que por breves e preciosos instantes de uma paz enganadora e momentaneamente ao seu frágil alcance. Onde te esconderam os psicóticos animais enfurecidos por metáforas inexistentes da criatividade castrada? Outro eu!? Estiveste sempre aí? Quero olhar-te! Tocar-te! Beber-te! Fundir-me! Refugiaste-te? Naquele canto da solidão ausente, naquele poço de sofrimento atroz de um cérebro quase mórbido, alentado apenas por uma fosca luz de ténue coloração, feita de sangue e de pecado mortal? Salvar-me-às? Até onde me queres arrastar? Ao Inferno ou ao Céu? À Terra ou ao Mar? À Lua ou ao Sol? A. cansou-se! Quebrou, outra vez e outra e outra e ainda outra! Outro eu?! Para onde se libertou a sanidade de A.? Outro eu?! Salvar-me-às? Serás capaz de olhar A. e de a amar? Incondicionalmente? Porque é o Amor que ela busca! Porque é a cor da vida que ela chama! Porque é o fogo da tua essência que ela implora! Porque o outro eu de A. somos nós!