Reviravoltas Não Mundanas
A caminhada na penumbra, foi feita sem ilusão. O tempo da magia passou sem dizer nada e a vida correu forte, como uma brisa benevolente que simboliza a vontade de ser e de estar docemente. A aventura de seguir em frente, na solidão da alma e do coração, culmina na inglória volatilidade de um emancipar sem fissura, num mundo sem fundo. O não e o sim, a volta da contravolta, o diz que não diz, o fechar e o abrir, tudo se conjuga para firmar a tal vontade de ser e de estar. Se calhar, já não tão docemente, não tão apaixonadamente. A entrega desfaleceu, porque a crença deixou de existir. O confiante estar mundano é condenado. As reviravoltas não mundanas, de um mundo extrapolado que orbita a lonjura do coração, canalizam valores e princípios discretos, ainda assim, maioritariamente, aceites. Andamos e retrocedemos. Experimentamos e detestamos. Ou amamos. Rodopiamos na valsa enganadora da descontenção. Suprimimos valências finais, treinadas ao longo de um percurso longo, duro, sem retorno. Ouvir, escutar, dizer o que se não pensa, pensar o que se não diz, enganar com devoção. Os cambalachos da estranha vida que levamos, despertam os sentidos e inibem a verdade. A realidade não é. A travessa encaixa qual ponte entre mundos. Obtusa filosofia que traz as reviravoltas não mundanas para a vidente amargurada, a real criatura alada que desceu à Terra e que habita um pouco de nós. Simbolismo afoito, miríade de ovações, um esbatimento fortuito. Esquecer o sentido, avançar e despertar algures. Um ponto final.