Refugiar o Sentimento e a Razão
A promessa vã,
De uma incólume fantasia,
Desperta o sentido ausente,
Fomenta o equívoco presente.
O refúgio da vida,
Libertador e pacífico,
É engano desprendido,
Aconchego esparso, em tom arrependido.
No divergir da razão,
A fuga revela poderio,
Na intentada acção,
O grito esconde o difícil desafio.
Esconder bem fundo,
A face do sentimento,
A razão do momento,
O pranto esquivo sem alento.
Na toca da vida deposta,
O pirata regozija mesmo sem tesouro,
Porque o dia esconde a emoção,
Intenta agora no motivo da ovação.
Nos meandros infinitos,
Da alma pecadora ou inocente,
A escusa busca se inicia,
Pelo sentir da razão forte crescente.
A emoção do sentimento,
A alegria com condão futuro,
A iluminura conquistada,
São variações de uma guerra alterada.
Refugiar o sentimento e a razão,
Porque o corpo espelha a alma,
Porque o que é doce cedo amarga,
E o viver é sentido momentâneo, esperança ténue no coração.
Um mundo controverso,
Um mundo sem verso,
Sentir e, por fim, viver,
É refúgio do sentido verdadeiro num solitário amanhecer.