Óscares, Eurovisão e Tempestades
Este foi um fim-de-semana em cheio para o Cinema, a Música, for all the right reasons e o Tempo, for all the wrong reasons. Os óscares comemoraram o seu 90’gésimo aniversário, num sem fim de desentropias hollywoodescas vibrantes e sempre surpreendentes, desfiles imortais e glamorosos de vedetas prima donna e estrelas em ascensão, envolvência contagiante, sonho e fantasia quase surreais. Entre escândalos, assédios e afins, o mundo do cinema esteve in its best way, lembrando que está very much alive e de boa sáude. Foi pois, sem grandes surpresas, que os previsíveis vencedores discursaram, agradeceram e prometeram fazer ainda mais e melhor, em defesa da Sétima Arte. Nada de substancialmente novo, por isso. Ainda assim, a magia das estrelas continua a contagiar milhões de fãs em delírio, um pouco por todo o mundo. O Festival da Eurovisão, pela primeira vez em Portugal, relembrou aos mais cépticos que ainda temos muita e boa música original para premiar e dar a conhecer. Um bom espectáculo media, com um impressionante e bem conseguido início, boas connections entre apresentações, sequência temporizada q.b., alegria, cor e movimento, mas, acima de tudo, a paixão global e universal que nos liga a todos à música. Letras cuidadas, partitura denotando influências de ritmos diferenciados, vozes inesperadas e peculiares. “O Jardim” foi um justo vencedor, pela beleza imperfeita e doce da voz da Cláudia Pascoal e pelo sentimento profundo e verdadeiro da letra da Isaura. Mas, se estas são all the right reasons do fim-de-semana, também temos as all the wrong reasons do tempo. E este, não deu tréguas, um pouco por todo o lado, e em especial por terras algarvias. Tornados, ciclones, tufões, furacões, granizo, verdadeiros vendavais, agitação marítima, whatever, a verdade é que este tipo de fenómenos começa a ser recorrente e, cada vez mais, imprevisível e deveras assustador. A provar este facto, os acontecimentos do último fim-de-semana. Sem pena da incontornável fragilidade humana, a natureza insiste e persiste em destruir recursos básicos e ceifar vidas, num alerta permanente ao nosso bom senso e sensibilidade, lembrando a humanidade das suas múltiplas “avarias” insensatas e contínuas contra a Terra e a sua fauna e flora, em última análise, contra a própria espécie humana, por demais auto-destrutiva. Não se perspectiva, por isso, grande futuro climático e as mudanças radicais serão, sem dúvida alguma, uma realidade em construção e em permanência real no quotidiano. Resta-nos repensar as coisas que fazemos menos bem e fortalecer as que fazemos muito bem. A criatividade humana não tem limites e há que jogar com o que temos e o que podemos, em todos os quadrantes existenciais.