Os Dias Perdidos
Os dias perderam o brilho,
Perderam-se no caminho volteado,
Sucumbiram ao estorno presente,
Acabaram com o pronto maneirismo alheado.
Perdidos foram,
Sempre seguidos, no entanto,
Não mais esquecer a verdade da andança,
Num obscuro prado de contento.
Olvidar a razão,
Abraçar a esperança,
Naqueles tempos esquecidos,
Os dias reencontraram a vingança.
A vingança oprimiu,
Despertou o sentido distante,
Enquadrou emoção e futilidade,
Na esquina redonda da ópera boémia cantante.
E, assim foi,
Volveram os dias a sua perdição,
Enfado fadado no escuro,
Curioso ser estereotipado na estranha fusão.
Fusão dos caminhos,
Fusão das almas e sombras,
Gentio entediado,
Nas obras divinas abençoadas e iluminadas nas tombas.
Hão-de tornar os dias,
Achados e perdidos também,
Mesmice encanto de feitiço feito,
Num pranto descuidado e sui generis do Além.