Os Dias Amarelos
O sol espreita envergonhado pela janela,
Inicia a sua jornada atípica diária,
Afronta o horizonte escuro fugidio,
Destapa o calor da vida na sina rodoviária.
Apertam as cores iluminadas,
Silhuetas tomam formas bizarras,
As pessoas vagueiam entre mundos,
O abraço terno do calor faz lembrar o canto das cigarras.
O movimento promete dinamismo,
Os comportamentos aligeiram,
As provações são levadas para longe,
Aquele brilho icónico, redondo, busca o seu onde.
O dia vai passando,
A manhã e a tarde já foram esquecidas,
Novas histórias nocturnas nascem,
Com o afagar demorado das longínquas descidas.
Astro rei, que és maior,
Aqueces tudo e todos,
Almas e corações labirínticos,
Falhas e erros, conquistas e sucessos a rodos.
Ouro que brilha incessante,
Bola de fogo descontrolada,
Imensidão eruptiva de magma,
Raios perdidos que viajam numa longa estrada.
Precisamos de quente,
Precisamos de energia solar,
Precisamos de emoções positivas,
Num ciclo fechado de vida, que ainda quer sonhar.
Nestes dias amarelos,
Tórridas ideias e ideais florescem,
A pintura na tela é cheia,
As tonalidades brincam e engrandecem.
Não mais à escuridão,
A iluminura ficará gravada de fresco,
As mentes jovens voarão livres,
Embaladas pelo enérgico vento solar, num doce arresto.