O Torto Direito das Decisões Erráticas
A cadeira abandonada reflecte,
O vazio esquecido do ser,
Incógnita pirosa em debandada,
Decisão audaciosa, mas quiçá, deveras errada.
O erro louvável,
Empiricamente propositado,
Esconde um louvor final,
O torto direito marginal.
Crítica decente,
Mentira conivente,
Estrangulamento da razão ausente,
Renda apaziguadora deferente.
A errática menção anual,
Faz divergir a rotina usual,
Num câmbio inusitado casual,
Numa lânguida usura factual.
Escrever torto por linhas certas,
Errar antes e aprender depois,
Virar a página e fitar a vida,
Encarar o sonho errático que desperta a dois.
Torta é a estrada,
Torta é a sina,
Direita é a razão,
Direita é a inocente viragem da decisão.
O torto direito das decisões erráticas,
Destina balanços desequilibrados,
Fantasias curtas reais,
Contra-senso fictício, mentes e corpos quebrados.
Com tempo se dirá,
A decisão errática fez sentido,
O torto direito foi ouvido,
A vida refeita de certezas incertas foi acalentada num suspiro sustido.