O Silêncio
Sentido ausente,
Numa estrada deserta,
Comunicação abandonada,
Colisão anunciada.
Vazio de nada,
Vazio de tudo,
Cheio de cinzento,
Cheio de oco provimento.
As mãos não sentem,
O corpo esqueceu,
A fala resguardou,
O ouvido anoiteceu.
Enche um espaço,
Sentimento de impotência,
Incompreensão constante,
Apartada envolvência.
Ninguém se fala,
Ninguém se ouve,
Ninguém grita,
Ninguém esconde.
O cinzento flui,
Os olhos fecham e sentem,
Alguma coisa toca,
Uma silenciosa essência provoca.
O silêncio ensurdecedor,
Esquecido foi, nas arcadas,
Nos cafés e vidas mundanas,
Nas rodas feitas e encantadas.
Escutar o silêncio,
Sonho estranho abraçado,
A magia da meditação,
Uma cara, um toque, o verdadeiro coração.