O Que Realmente Conhecemos
Somos realmente felizes? E seremos mais felizes sozinhos ou acompanhados? Darmo-nos de corpo, alma e coração a outro é difícil e, na grande maioria das vezes, acaba mal. Então, o que nos faz continuar a tentar? O que nos dá alento e esperança? A possibilidade de encontrarmos um dia, talvez com alguém, a felicidade. Na realidade, o que nos move verdadeiramente é o sentimento de pertença e reconhecimento, de aceitação por parte dos outros. O facto dos outros nos aceitarem, tal como nós somos, com todos os defeitos e virtudes, transparentes e frágeis, despidos de máscaras ou capas, liberta-nos e dá-nos uma sensação de paz interior. Todos queremos encontrar o amor, amar e ser amados. É humano. Faz parte de nós. A questão que se coloca agora é: quando finalmente encontramos ou pensamos ter encontrado a felicidade com alguém, o que fazemos quando esse alguém desilude, se transforma, se torna desconhecido, se afasta, muda? Como sabemos que conhecemos realmente as pessoas, a nossa cara-metade? Quando se diz que o amor acaba e as pessoas procuram conforto num outro lado, o que aconteceu? Estivemos anos a fio com uma pessoa que não conhecíamos, que nunca nos amou, que simplesmente se esqueceu de nós ou de como éramos? O que compreendo é que cada vez mais se torna difícil encontrar o verdadeiro amor, conhecer bem as pessoas, na sua essência bruta, no seu eu mais interior. Estamos a tornar-nos demasiado egoístas e centrados em nós, na nossa carreira, nas nossas coisas. Deixamos de acreditar e esquecemos o que de bom temos. O coração apaixonado e puro. É, por isso, que o primeiro amor deve ser guardado com ternura, doçura e carinho. É o mais puro, o mais verdadeiro, o mais inocente, o mais incondicional. O que realmente conhecemos? Não sei. Ninguém sabe. Temos de esperar para ver e confiar que tudo irá correr bem. Ou menos mal.