O Nosso Mundo
Vivem-se tempos conturbados e deveras tristes. Todos os dias, com recorrência aflitiva, nas notícias, o media selling world sketchs, quase sempre o mesmo repetitivo tom trágico no empolamento exagerado das desgraças. A nossa espécie parece ter-se rendido ao caos, à desordem, à desunião, à desumanidade. Parece querer-se caminhar para o abismo existencial mortificante de forma pesarosa, cabisbaixa na postura submissa, desmotivada na intenção, desnorteada no rumo já perdido e numa deambulação magnânima ao sabor da tempestade revoltosa, mentora da força destruidora do corpo e da alma. Esta sensação de que há uma ordem mundial que nos mobiliza, orienta e protege é, na realidade, ilusória. O esforço desenvolvido, por cada nação, no reencontro humano com as suas congéneres é débil e irrisório. Inconsequente. A guerra existe. A fome existe. O tráfico humano existe. O trabalho infantil existe. Todos os dias continuam a morrer milhares de pessoas, um pouco por todo o mundo, fruto do desregramento universal civilizacional e da busca incessante pelo poder desmedido, pelo controlo pelo medo e pela ameaça, de tudo e todos. O ser superior, o conquistar status, o subjugar o mundo, controlar os outros é o paradigma que ilumina a ambição desproporcionada e desconcertante, a ganância do extremismo que está a provocar mutações preocupantes na essência interior de beleza e bondade feitas, que caracterizava e distinguia a espécie humana. É que, cada vez mais, cada um e cada qual instiga única e exclusivamente o seu eu materialista e consumista, fechando-se no seu casulo, numa oposição concertada e extremamente individualista, à socialização civilizacional. O equilíbrio perdeu-se algures. O equilíbrio entre o bem e o mal. O equilíbrio entre o bom e o mau. O que aconteceu ao espírito social e civilizacional unificador que promovia o instinto colectivo de sobrevivência comum? Há que ter esperança nas gerações vindouras, mas estaremos a passar-lhes a mensagem, os valores, os princípios correctos? Queremos acreditar que ainda há algo de bom, de positivo na nossa espécie. Cabe a cada um de nós, enquanto ser humano, individual, social e civilizacional ponderar o nosso legado, na esperança de que os caminhos que se trilharão no futuro se compadeçam positivamente com felicidade, harmonia, equilíbrio, bem-estar, progresso, família, humanidade, amizade e uma existência um pouco mais perfeita de todos, para todos. O nosso melhor, para um todo melhor.