O lado B da Terciarização
O mundo ocidental está a experimentar mudanças prolongadas, críticas e profundas, na formatação da sua nova realidade económica e social.
Parece que os velhos modelos teóricos, ineficazmente aplicados, já não se ajustam nesta tentativa falhada de resposta contraproducente a uma nova e dramática revolução no paradigma evolucionário da força de trabalho dos países ditos desenvolvidos. O caos instalou-se e ninguém sabe o que fazer.
Esquecemo-nos completamente da produção e da transformação. Focámos as nossas super forças no consumo selvagem, na terciarização imaculada, o que se traduziu na morte lenta e progressiva do conhecimento ancião da “fábrica industrializada da terra” e do crescimento desenfreado do mercado das “utilidades”.
Mas, conseguiremos sobreviver como países auto-suficientes assim? Por quanto tempo? Começamos a ter um visão muito simplista e primária do que realmente nos espera e estamos a ficar assustados, porque o controlo efetivo e eficaz nos está a escapar literalmente por entre os dedos da mão.
É certo que o “outsourcizar” destas (e de outras atividades), transferindo-as para “países paraíso” com uma mão de obra muito mais barata e menos reivindicativa, com regras laborais e fiscais muito mais flexíveis, com “offshorização” abençoada e culturas mais moldáveis, para minimizar os custos de produção e de distribuição, teve sentido racional e financeiro e, inclusive em áreas de negócio muito concretas, resultou num benefício real para as partes interessadas, mas, qual será o verdadeiro preço a pagar por esta “cereja no topo do bolo”?