O Jogo da Bola
Continua a fascinar as massas este jogo, aparentemente, de origem indeterminada. Dizem que indícios do seu registo mundano remontam ao antigo Egipto, antiga China e antiga Roma. Na Idade Média, os Ingleses terão sido os grandes impulsionadores e guardiões da tradição futebolística. A Idade Moderna foi marcada pela introdução de regras específicas, necessárias para o claro entendimento de toda a dinâmica futebolística e pela criação da, actualmente tão envolta em polémica e controvérsia, FIFA. Quem acompanha este fenómeno social tão peculiar e único, depara-se realmente com um mix de emoções algo descontroladas, em que as pessoas vibram, gritam, choram, cantam, saltam, extravasam o que lhes vai na alma e no corpo, transformam-se numa bipolaridade inexplicável, mas quase sempre surpreendente. Hoje mesmo se jogaram dois desafios intensos, decisores do campeonato. As rivalidades históricas ancestrais entre clubes são por demais e sobejamente reconhecidas e as disputas de títulos sempre acesas, mas, no fim de contas, a essência da alma desportista e o desportivismo elevam-se mais alto. Ou não. Afinal, este desporto, tal como muitos outros, movimenta muitos interesses, talvez uns mais legítimos e obscuros que outros, mas, ainda assim, promotores de uma dinâmica social, cultural, financeira e económica de relevância civilizacional. Manifestações exuberantes de festejo ou tristeza, características do final de época são rotina sazonal e não espantam. Sendo assim, há que reconhecer, ainda que um tanto ou quanto megalómana, a importância do jogo da bola, quer sejamos fervorosos adeptos ou não.