O Homem de Marte na Terra
O Homem de Marte caiu num oceano qualquer terrestre. O mergulho foi profundo, intenso e desconfortável, especialmente porque as suas vestes espaciais lhe condicionavam os movimentos. Rapidamente, tornou à superfície e libertou-se da roupagem incómoda.
Olhou em redor, levantou os braços na direcção dos céus, agradeceu aos deuses e chorou de alegria. Na realidade, o Homem de Marte sempre fora o Homem da Terra e, por isso, estava, de novo, de volta a casa. Encontrava, assim, a paz desejada.
Queria chegar a terra o mais depressa possível. Perscrutou a amplitude do cenário e descobriu a orla costeira já ali ao lado, exuberante e exótica.
Num esforço final, dirigiu-se, nadando ofegante, para as lagoas paradisíacas adjacentes que chamavam por ele. De repente, sentiu-se rodeado pela magia das cores, das flores, da flora, das águas azul turquesa daquele belo lugar. Recuperou as energias, alimentou a esperança, venceu os receios e voltou a sonhar. Sorriu e fechou os olhos.