O Cais
O caminho começa junto à ribeira,
Ribeira que já foi mais cheia,
Avistamos a mítica ponte em arco,
Ligação terrestre a outra freguesia, bela ideia.
A rocha foi esculpida,
O trilho delineado,
O corrimão evita o perigo,
O empedrado vulcânico é padronizado.
Paralela ao caminho,
Flui a água imaculada, na levada,
Passamos por casario antigo,
Histórias perdidas, uma brisa na entrada.
Deixamos o povoado,
A natureza impõe uma nova paisagem,
Cenário irreal,
Verde profuso, azul e maresia intensa, que miragem.
O trilho estende-se,
Curvas e mais curvas,
A cada passo a beleza extasia,
Memórias, fotografias, paz e doces uvas.
Vamos vendo o extremo da ilha,
Lá longe, o ilhéu solitário,
O mar bate forte no calhau,
O abismo assusta, mas é extraordinário.
Aproximamo-nos do cais,
Local de boa pesca e belos banhos,
Subimos um escadório improvisado,
Chegamos, por fim, ao destino tão esperado.
O cais é simples,
Cumpre os seus primeiros desígnios,
Agora, é fonte de inspiração,
O turismo agradece, suprema e deliciosa recordação.