Governar Sem Políticos (Terminus) - Competências e Música (Parte I)
O mundo fantasiou a classe. Mas com tanta convicção que a classe acreditou. Musicou-a numa partitura desmesurada e desmedida. Os uivos primordiais de marcação de território generalizaram-se inadvertidamente de um momento para o outro e a musicalidade da atribulação dos furores megalíticos resvalaram na senda de um mundo e de uma vida perfeitos. E assim nasceu. A classe política atomizada por competências extraordinárias e musicalidade inspiradora. Se o seu governo é desgoverno? Claro que sim! Que outra forma poderíamos encontrar para destabilizar, abanar, mudar, inquietar o caos? Do caos, no caos, há vida, há criação! Rejuvenescimento, inovação, criatividade, resiliência, sobrevivência, persistência, imortalidade, poder! A amena tempestade do rescaldo da guerra fria desperta, na tal classe, ensaios cristalinos de fragilidades até então impensáveis. Sobreviver no campo minado de policiamentos políticos é ser da classe apolítica. E os apolíticos mergulham na variável mais casual de uma incógnita profanada a que chamaram liberdade. Travada pela comiseração da classe política, a multidão apolítica esconde-se nos ideais liberais espelhados no céu em chamas.