Espaços Incompletos
A ovação culminara numa sensação de brandura perdida, conjugada com a infantilidade da inteligência emocional repetitiva e consistente. O espaço era invasivo e grandioso. Os cantos contados, inexistentes ou surreais, e as paredes, janelas e portas desprovidas de senso estético e de magia pedante. A estrada erguia-se num alto. O ponto baixo era espacialmente inconsistente e a inglória bifurcação, comprometia os sentidos. Os espaços incompletos regravam as ondas gravitacionais irreais e embelezavam a estepe e a crioula cantaria. A mistura exuberante, que alternava entre contemporâneo e clássico, de arquitecturas volantes falsas e extemporâneas, cadenciava os ritmos da movida intrépida que se deleitava com a visão futurista da complementaridade dos espaços imperfeitos desenhados pelos artistas funcionais daquele tempo ausente que chegou por fim. Buracos aqui e ali. Extensões crescentes ou fraccionadas. Visões transcendentes e culminantes. Modelos incógnitos e maquetes gráficas colaterais. Havia um incompletamente burocrático figurado e metafórico, num tempo espacial de falácias incrementadas pela ofuscação da beleza astral extra-terrena. A corrida virtual bebia os vícios saudáveis da ancestralidade potenciada. Os mundos colidiam, num achamento sequencial de códigos científicos imaculadamente virtuosos e intocáveis. A espécie encantou o destino e determinou o futuro. Não mais os espaços incompletos reprimiriam estados, emoções e comportamentos. Na realidade, tal não era possível. A imaginação flexível humana voava demasiado alto para que se esperasse um retrocesso bíblico. Escutar os sábios, sonhar ainda, viver mais, morrer, só depois. Preencher os vazios. Preencher a alma. Preencher o coração. Preencher os espaços. Incompletos, só no olhar.