Emprestar a Vida Depois
Segurou-lhe a mão,
O pranto invadiu o rosto,
Os olhos molharam docemente,
À agrura da vida, fora exposto.
Acreditou na salvação,
Bebeu os milagres e as preces,
Conquistou medos e retrocessos,
Procurou a nova vida, por entre ciprestes.
Cheiros floridos,
Perfumes vieram depois,
Fôlego momentâneo esquecido,
Na vivência combalida ficaram os dois.
Emprestaram-se sonhos,
Histórias e contos também,
Retorno às origens olvidadas,
Nas escusas providenciais de alguém.
Depois, veio antes,
A tal vida emprestada,
Experimentar o que não é nosso,
Volatilizar o mundo, à beira de uma discreta entrada.
Entrada macia,
Feita de algodão e seda,
Um novo mundo se abre na terra prometida,
Uma nova canção se aprende na banca da venda.
A venda acabada,
A venda começada,
Corações ao alto afagados,
Na triste sina de um destino de fina flor enguiçada.
Enguiçada começou,
Assim, não acaba,
Tudo se reverteu na vida emprestada,
Depois, se esqueceu, e o abismo levou o nada.