Desprovidos Que Fomos do Pensamento Claro
A escuridão teima em ficar,
Presa nestes cantos obscuros,
Feitos outrora de inocência,
Mas, agora, regados de imprevidência.
No cume da solidão,
A entrega que já não se faz,
Condiciona o viver presente,
Determina um ser mais ausente.
O pensamento está enevoado,
Na aventura que um dia se iniciou,
Na mente de seres iluminados,
Na mente de um ser que já sonhou.
A verdade alterada,
A história quebrada,
Roubaram a verdade,
Enganaram e dissimularam a clareza conquistada.
Tudo se desfaz,
Numa incomensurável destreza,
Numa triste firmeza,
Num desígnio apartado com toda a certeza.
Sem saber a verdade,
Sem saber o que é real,
O pensamento regride,
O pensamento fecha e não espera um benéfico final.
O voo previsto,
O conhecimento imprevisto,
O pensar iluminado,
Tudo se olvidou, num estranho tempo feito de chuvisco.
Desprovidos que fomos do pensamento claro,
Facilmente criticamos o saber,
Encerramos o viver,
Escondemos a criatividade, a magia, a imaginação, o perceber.
O que toldou o discernimento,
Depressa subjugou o resistente,
Mas, a esperança renasce,
Numa ilusão firme, que vai crescendo, mas ainda pendente.