Depois do Nada
Ritualidade precoce perdida,
Depois do nada, ficou tempo demais estanque,
Caminhos improváveis foram revestidos,
Num labirinto de emoções, num primoroso palanque.
O carrossel não mais fechou,
A feira tem sempre vida, ainda,
Encheu-se de gentio fútil despropositado,
Esvaziou fugidia prazeres, na torna da imaculada vinda.
A casa está lá bem distante, ao longe,
Estava perto de tudo antes, promessas de ninho,
Era a elevação do seu surreal mundo,
O vazio da família desconjuntou-se com o inebriante descompensado vinho.
Quando se perde a vida,
Ganha-se enchimento assustador de indiferença,
Depois do nada, vem a cheia da razão,
As pessoas acordam, despedem-se de si mesmas e amam, finalmente, de coração.
Flores exóticas perfumadas,
Paisagens horizontais visionárias,
Ideias criativas, inteligência emocional conquistada,
Socialização do gentio pequeno que fica grande, nas estepes compridas e lendárias.
O mote é encher,
Encher de tudo um pouco o nada vazio,
Olvidar o pecado, o erro e o falhanço redondo,
Agarrar o quotidiano com esperança, num futuro luzidio.