Atalhos Mundanos
Atravessar o tempo e o espaço imaterialmente, é consequência directa do salto relativista que é absorvido, aquando da experimentação ficcional imperativa de premissas descompensadas. O caminho é desviado aleatoriamente, num descompasso frustrado e inconsequente que equivoca todas as manifestações realistas de surpresa humanamente provável. Os múltiplos atalhos entediantes, que percorrem numa lateralidade desvirtuada a imensidão do solstício urbano, confrontam no back stage com a frontalidade aparente de múltiplas teatralidades expostas ao ridículo do cúmulo fulminado pelas intempéries da extravasada vivência rotineira. As aderências provisórias retratam precisamente o improviso e a instabilidade cadente proporciona visões antagónicas dos outros estares e seres. Filtram-se, por isso, os atalhos mundanos, porque são seguros e de confiança. Porque são conhecidos. Inesperados, é certo, por vezes. Mas, continuam controlados pela psique multicolor. Assim, a descentralização amadora da mente distraída supera a fantasia idolatrada da magia pendente, ao virar da esquina irreal. O sonho dos atalhos mundanos prospera no horizonte infinito extemporâneo.