Abetos e Outras Coisas
O manto verde bravo era imensamente intenso e o amontoado de descritivos inexpressivos, basicamente factuais, monótono e desinteressante. A livraria ambulante, que foi literalmente carregada nos alforges das mulas cansadas, para nada servia. Valia a real visão da periferia interior das coisas, sendo que, na verdade, o pano de fundo era constituído por centenários abetos expansivos e as outras coisas, ofuscadas pela beleza simples e singela daquelas árvores profundamente revitalizantes para os sentidos melancólicos e nostálgicos. A paisagem era magnífica, poderosa na conquista, e o tempo parecia ter parado num ponto em pretenso movimento, sob o encanto da brisa perfumada envolvente e do eco das profusas famílias mamíferas que habitam os esconderijos mais discretos. Saborear o momento era imperativo e desfrutá-lo aventureiramente também. A sequência desvairada de fotos gastas, era inevitável. Impossível de resistir ao cenário envolvente. Aquele verde tirano encantava e chamava de mansinho, num feitiço permissivo. Acordem todos. Sintam o pulsar da natureza. Inebriem-se com os néctares terrenos que apertam o ritmo da descoberta. Suguem as energias perdidas. Recuperem o sentido da vida. Descansem a vista. Resguardem equivocadamente o coração, libertando a emoção e paixão. Carpe Diem, pois então.