A Lembrança de Um Mundo Qualquer
A vaga de frio encosta,
Na face esmorecida e desequilibrada,
As cores perderam-se no riso falso,
O olhar distante esqueceu o fim na fraga.
Aquele vento quente,
Que, entretanto, chegou,
Aqueceu o pensamento,
Libertou a mente e tudo se encostou.
O mundo criado,
Na imaginação fértil do despertar,
Fantasiou a dança,
Entregou o corpo a nova e desafiante andança.
A virtude apagada outrora,
Desponta no vazio cheio,
Este mundo é disperso e confuso,
Mas, o futuro em construção desafia à entrega no agora.
O que passou, ficou,
Ou, talvez tenha ficado algures,
Ensinamentos e conhecimento,
Estranhos ensaios e algum contentamento.
Aquele outro mundo,
O mundo virtual e perfeito,
Seduz na simplicidade,
Engana na subtileza da inverdade.
Mas, a crença fica,
A lembrança em memória,
O filtro das coisas melhores,
O sentido das vidas maiores.
A lembrança de um mundo qualquer,
Deambula na fugaz despedida,
Numa partida apressada,
Numa causa que antes parecia perdida.
Agora, tudo mudou,
Talvez porque a premissa do sonho nasceu,
O pressuposto fadado rejuvenesceu,
O cenário encontrado tem enredo que tudo prometeu.