A Fuga da Ética e do Profissionalismo
Desbravada condição,
Em que o errado se torna certo,
Em que o medíocre acorda,
E em que o desregramento é aplaudido na execução.
A contemplação do desprovimento,
De ética rigorosa,
É marcante condução fantasmagórica,
Que tudo define num turbilhão de ilógica esplendorosa.
O destino traçado,
Conduzido através de sinuosos caminhos,
Desperta a imaginação incontida,
Canaliza a esperteza pelas vielas do passado.
Onde se esconde a palavra,
A honra anunciada,
A promessa comprometida,
A mudança aguardada?
A rectidão da conduta perdeu-se,
No esfumar concreto da honestidade,
Na ponderação errática da inverdade,
No galgar do cerco à lealdade.
Uma fuga premeditada,
Na mente brilhante,
Na mente já não mais expectante,
Na anti-verdade necessária e promulgada.
O compromisso fluiu,
Numa lonjura infinita,
O profissional encarou a mentira,
Tomou-a, aceitou-a, abraçou-a e tornou-a finita.
A fuga da ética e do profissionalismo,
Num mundo sem fundo,
Num mundo louco e perdido,
É despontar infernal feito de puro egoísmo.
Ser o poder enviesado,
Ser lógica irregrada,
Ser condição desviada,
Pena dolorosa jamais ultrapassada.
Onde reside o tempo bom,
Do profissional orgulhoso,
Do fazedor de sonhos reais,
Do destinado iluminado, que traz a esperança e aquele tão precioso dom?