A Flor Desmaiada
No canto palaciano,
Resguardada ficou,
Erva daninha aparentada,
Na realidade, enganou.
O tempo passou,
Na Primavera acordou,
Transformou o corpo escondido,
E, de repente, tudo mudou.
Não mais era erva daninha,
Flor bela crescia agora,
Esplendor inequívoco,
Caule, flores, pétalas de fora.
Cresceu viçosa, pois então,
Gabavam-lhe a formosura,
Inveja até mais não,
Vingança por luxúria.
E, assim foi que, certo dia,
No chão a encontraram,
Desmaiada e pálida,
Flor murcha e mirrada quase enterraram.
Mas, veio o sol de Verão,
E, de novo, sentiu vida, renasceu,
A água da chuva a salvou,
E o milagre se deu.