A Estranha Correlação Geracional
A invariável resignação abonatória humana, que diverge no campo racional da profética invasão irracional dos limites geracionais, empola todo o tipo de experiências metafísicas filosóficas. A variabilidade é fundamentada e reversível. Ou não. Os tempos definem as gerações, num quadrante particularmente único, o qual fixa barreiras emocionais desprovidas, por vezes, de sentido real. O que relaciona, então, as gerações passadas, as presentes e as futuras? Na verdade, o mesmo. A convergência situacional, os comportamentos e as acções, em tudo, são idênticos; existe, apenas, um espaçamento temporal e a ilusão de que cada geração, na sua peculiaridade sui generis, é forçosamente iluminada, plena de conhecimento e sabedoria intransmissíveis. As semelhanças são por demais evidentes, assim como o antagonismo civilizacional extrapolado ao extremo, nas mais inusitadas proposições firmadas, que são, na realidade, refutáveis. Assim, existe uma correlação inegável. A variabilidade é condicionada e a percepção errónea. O profundo sentido genético ultrapassa a mera rotina e a transmissão genética coordena a subsistência evolutiva geracional. Gerações à parte, o mundo continua numa linha definida pela ancestralidade da natureza humana. É improvável a luta contra os desígnios desta estranha correlação geracional. O filme foi rodado e as coisas acontecem, sem nos apercebermos disso. As cenas improváveis passam. Sem retorno. O caminho é em frente e a aprendizagem desigual, torna-se misteriosamente igual. Não descuremos, pois, o passado aprendido, vivamos o presente esquecido e asseguremos um futuro geracional surpreendentemente sábio, consubstanciado pelo entrelaçar natural de momentos e sensações em trânsito nos genes.