Flores de Fevereiro
O sol que brilha naquele figurado alto,
Esconde esperto os receios mortais,
Numa caminhada renovada e insegura,
A natureza castiga quem quer com subtis temporais.
Tempo de queda longa e magnífica,
Temporal de memória agora esquecida,
Floral destempero de ambiguidade,
Fevereiro conta história perene adormecida.
Notícias dormentes e permanentes vendavais,
Vírus, morte e estranheza demais,
Beleza linear crescente é o verde,
Flores despertas fazem esquecer coisas fatais.
O espaço enche,
O tempo esvazia,
A mente medita,
A razão da tal ousada e dissimulada tirania.
Antagónico contexto,
O mal e o bem em luta recente,
O passado florido foi olvidado,
Esforço imortal não é uma estrela cadente.
Filamento de vontade perdida,
Cor, alegria, vida,
Agora há dicotomia,
O ganho da beleza das flores fora de época, parece fantasia.
As flores de Fevereiro são assim,
Destoam do mundo em redor,
Acalmam os corações preocupados,
Tensões globais, doenças, povos frustrados.
Não pensar longe demais,
Não sentir perto demais,
Viver aquele doce momento serenamente,
Experimentar o sossego sem desencanto, descansar finalmente.
Em Fevereiro se tempera o mal,
Com o bem florido prematuramente,
As flores regressaram inesperadas,
Surpresas boas, pois sim, queremos salvar pessoas amadas.