2020
Mais um ano. Um passo em direcção ao futuro. Spacy time. Tempo futurologista. Gosto do número. É singular e representativo. Duas décadas do século XXI foram consagradas a uma corrida contra um tempo retrógrado, antiquado e ultrapassado. Ou não. Aparentemente, pouco aprendemos com os erros cometidos. Historicamente, está comprovado. A inovação tecnológica mediou todos os momentos e a humanidade rendeu-se à evidência de que o futuro se faz agora, com mais e melhor tecnologia. Na realidade, não sei se assim é. O evento tecnológico, incompreendido na sua potenciada amplitude mais profunda e consequente, elimina a liberdade de construção emocional, mais imprevisível, e por vezes, mais ilógica. 2020 quer prometer mais, com significativas mudanças. A branding é sem dúvida irresistível, e o mote para uma mudança mais vanguardista e iluminada. O que nos espera? O início da nova década está repleta de surpresas e imprevistos, uns mais controláveis que outros. As alterações climáticas e a mobilidade continuam a gerar discussão e a se revelarem temáticas sensíveis e quentes. Em boa verdade, não fazemos a mínima ideia do que aí vem. Neste momento, e apesar dos incontáveis modelos previsionais que temos para tudo e todos, se quisermos ser o mais realistas possível, nada sabemos, nem nada determinamos, nada prevemos efectivamente. Caminhamos num sentido desconhecido, para uma existência figurativa, acutilante e nova. A nossa História está a ser refeita, constantemente. Move-nos, agora e sempre, apenas a vida. Existimos e temos de aprender a viver. Se pudermos fazer algo extraordinário e mais com menos, tanto melhor. Cada um de nós, nos seus pequeninos afazeres diários, tem a capacidade de poder contribuir para um todo expressivo, imperceptível e discreto, que canaliza esforços globais para um condensado fluxo existencial, promotor da sobrevivência da espécie. 2020 traz incertezas, mas também esperança. Dúvidas e perspectivas mais universais e globalizantes. O local é global, ou o local global. Tudo é universal. Estamos todos unidos, quer queiramos quer não, numa luta pela sobrevivência do planeta e, consequentemente, da espécie. E é isso que devemos ambicionar, a preservação do que de melhor esta espécie tem: saber, conhecimento, pensamento, criatividade, bondade, compaixão, amor, alegria, entre outras preciosidades únicas e características que nos fazem tão singulares e únicos.