O Pecado Mortal do Livre Pensamento
A liberdade líquida contagiante,
Que regride na primeira reprimenda,
Logo se eleva na enfática controvérsia,
No desresguardo da ousada bravura sem emenda.
Porque a iluminura propositada carece,
De fecho algo improvisado,
De saber quase olvidado,
De contenção sem contenção num universo mais alargado.
As batalhas titânicas,
Que congeminam na mente sempre alerta,
Encantam o desencanto estranho,
Desafiam o espectro assombrado naquela outra ponte deserta.
As pontes entre múltiplos mundos,
Que trazem liberdade e boa ou má escolha,
Que fazem renascer a pureza do conhecimento,
São confronto geracional e societal, que quase cai em esquecimento.
Porque o pensar mais e melhor desperta os sentidos,
Acorda todo o cíclico movimento,
Fomenta uma vigorosa e improvisada dinâmica,
Apaga o passado e o inconsequente momento.
O livre pensamento,
Obsceno na sua criatividade e imaginação,
Audaz no seu empreendedorismo e inovação,
Retrai o consenso ancestral e gera fogosa congeminação.
O alento desalentado,
De um génio acalentado,
Faz brilhar o outro lado,
Reerguer a sabedoria livre do acorrentado.
O pecado mortal do livre pensamento,
Explora condições indecisas e voláteis,
Experimentação oscilante e desregrada,
Vivência extrema e sobrevivência desconfinada.
Seguir as regras é, no entanto, imperativo,
Porque a boa ordem é fulcral,
Prever é chamamento activo,
Esperar o expectável, condição divinal.
Pena é que os planos,
E a vida no seu seguimento,
Tudo derrubem sem compaixão,
Tudo encerrem sem liberdade de improvisação.
A monotonia do que é corriqueiro,
Padece então de novidade,
Porque se esqueceu toda a verdade singela da liberdade,
Porque o pecado de ser diferente, é enfrentar, por fim, a sociedade.